quinta-feira, 11 de julho de 2013

Cypher




Cypher, interpretado pelo ator Joe Pantoliano, é um membro da equipe de Morfeu que, cansado da luta entre homens e máquinas, revela estar cansado de viver no mundo real e quer voltar a viver no mundo ilusório das máquinas. Cypher conhece a verdade das coisas, mas acha o fardo de lutar contra o sistema de controle muito pesado para ele. Ele chega a se perguntar: “por que não tomei a pílula azul?”. O conhecimento e engajamento em busca da verdade estão simbolizados em duas pílulas oferecidas por Morfeu. A pílula vermelha significa conhecer a verdade e se engajar na mudança social. A ignorância ou indiferença com a verdade e o alinhamento com o sistema de controle está simbolizada numa pílula azul. Neo e todos os membros da equipe de Morfeu tomaram a pílula vermelha. Enquanto alegoria, podemos analisar essas cores por diversas perspectivas. Na relação político-partidária, o azul é a direita e o vermelho, a esquerda. O azul é capitalismo, o vermelho, marxismo. Na ação docente o azul significa o certo, o que está dentro do esperado, o que é bom; o vermelho simboliza o errado, o que está fora do padrão, o que tem que ser melhorado, o que está abaixo.
 Sob a promessa de uma vida de regalias na Matrix, Cypher decide sabotar sua equipe e entregar Morfeu aos agentes da Matrix. A presença de Cypher na trama do filme faz emergir discussões sobre o papel do professor. Muitos professores sabem de seu papel como seres políticos, com agentes de mudança. Muitos (para não dizer todos) sabem que ensinar somente a gramática não é suficiente para uma transformação social. Mesmo assim, preferem a comodidade de limitar sua atuação docente ao trivial. Por vezes, até se opõem a qualquer um que tente ir de encontro a esse estado de coisas.





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