quinta-feira, 11 de julho de 2013

Comportamento linguístico: um reflexo social?


Por se tratar de um filme de ficção científica, Matrix, traz muitas questões latentes, passíveis de análises pelo viés das teorias da linguagem, referentes ao âmbito da linguística, bem como por aspectos sociais. Um ponto a ser destacado vislumbra o aspecto social, mais especificamente quando se refere à comunidade e prática, em que o protagonista do filme, Thomas Anderson, apelidado de Neo, que além de ser programador de computadores é um hacker que se refere a um programador que invade e sabota sistemas alheios ilegalmente. Assim, possui uma vida cotidiana aparentemente normal, mesmo se tratando de uma função com manuseio de computadores de forma ilícita com fins lucrativos.
No entanto, nota-se uma quebra na linearidade comportamental, quando o mesmo é abordado por uma estranha, a Trinity, que o deixa confuso com um enigma, “siga o coelho branco” e o leva até Morpheus, que acredita ter o destino diferente preparado para Neo enfrentar instruindo-lhe de como deveria seguir. Portanto, Neo, é posto em outro ambiente, exercendo outras funções este, as absorve e modifica, não somente seu comportamento frente à realidade distinta que se encontrava como também a sua linguagem, incluindo o uso de roupas e a maneira de agir. Tal postura pode ser justificada pela abordagem realizada pelo funcionalismo, o qual pretende descrever a linguagem não como um fim em si mesma, mas como requisito pragmático da interação verbal. Percebe-se, portanto, uma nítida relação entre linguagem e uso em seu contexto social. É possível verificar que a cada ambiente em que é submetido, o ser age de forma distinta, para que atenda a demanda que o impulsiona.
Tais perspectivas comportamentais de Neo são notórias, enquanto sujeito comum na função de programador de computadores e hacker vestia-se casualmente. Mas, após a mudança de ambiente na qual ele muda de realidade e de postura social, quando ele passa a internalizar a ideia de ser “o escolhido”, muda radicalmente, suas roupas passam ser mais formais, seu modo de ver as coisas ao seu redor, o ar de superioridade é nítido, enfim, todos esses pontos sociais de alguém que passou ser um “superior”.

2 comentários:

  1. Essa postura adotada por Neo permite fazer um diálogo com o que a teoria da sociolinguística analisa as relações entre língua e sociedade, bem como às influências culturais na conduta do ser humano. Pois, a mesma propõe um estudo voltado ao uso da língua em meio a comunidade investigando aspectos sociais e linguísticos.

    ResponderExcluir
  2. Por assim, pode-se considerar que o fator social determina as ações do sujeito e não o contrário é o social que nos influencia. Esse pensamento advém do relativismo, uma teoria da corrente linguística, que aborda ser a linguagem modelada pela cultura e por sua vez, o pensamento é determinado pela linguagem. Deve-se analisar a linguagem como um fator que determina o modo que os seres enxergam as coisas ao redor e de se relacionar, ou seja, a língua é fator de identificação cultural, como aponta Maria Helena, “... a linguística e a cultural, resultam da interação das capacidades cognitivas e emocionais do homem e das orientações comportamentais que lhe são transmitidas pelo contexto social”.

    ResponderExcluir